Este primeiro parecer tem origem num post colocado num fórum motociclistico. Lá se perguntava uma opinião sobre os capacetes bluetooth, já foi há 2 anos e ninguém lhe respondeu. Pois, tarde e a más horas, aqui vai uma resposta. Indirecta.


 

Capacete Dainese Airstream Course Bluetooth

 

A minha experiência baseia-se no uso do modelo Airstream Bluetooth da Dainese, gama D-NETC e, por ironia, também já tem aproximadamente os 2 anos da pergunta.

A ideia era poder utilizar o GPS e falar com o passageiro sem fios. Os sistemas tipo Autocom, ainda muito utilizados nos USA, não eram credíveis devido aos inconvenientes associados não só ao recurso à fiação como ao espaço necessário à instalação e aos custos associados à mesma. O uso do protocolo bluetooth parecia não só uma boa ideia como era evidente que se estava num crescendo de popularidade e expansão.

A Dainese apresentava um modelo com bluetooth incorporado na calote, num bom capacete, acrescente-se, com um design elegante e discreto. O conforto revelou-se excelente, os materiais interiores macios e, aparentemente, antialérgicos. A insonorização é média e a ventilação é limitada, uma vez que não tem aberturas superiores - um pormenor que já equipa os modelos mais recentes, - mas não deixa de ser suficiente, devido ao sistema de condução do ar no interior.

Mas o que faz verdadeiramente a diferença é o sistema de comunicação. Para receber telefonemas é fácil, quer de configurar quer atender, basta dar um toque no botão do capacete. Para realizar chamadas já é necessário um telefone com marcação por voz. A operação consta de carregar no botão do capacete, esperar um sinal e dizer o nome da pessoa com quem se quer falar, depois de se associar previamente a voz ao contacto. Para terminar a conversação basta carregar de novo no botão do capacete ou esperar que o interlocutor desligue.

Nessa situação, uso do telefone, a comunicação é muito clara e isenta de ruídos, o volume de som pode-se regular através de toques sucessivos no botão do capacete e a pessoa com quem estamos ao telefone tem sempre dificuldade em acreditar que estamos numa mota, tal é a clareza da comunicação. Claro que em alta velocidade tem que se desacelerar, não só por razões de segurança como para evitar o ruído gerado pela turbulência aerodinâmica no interior do capacete.

O uso combinado com o GPS também é simples, basta emparelhar. Não tenho aparelho GPS, uso um Pocket PC com telemóvel e antena receptora de GPS com o software NDrive, uso-o no bolso e não tenho o recurso de olhar para os mapas. Acho até um pouco perigoso e incomodativo de estar a montar, pelo menos nas motas que uso, embora hajam algumas mais adequadas para turismo de longa distância e para a sua utilização. Fica-se assim unicamente com as indicações de voz no capacete, o que por vezes origina enganos no percurso mas, no final, chega-se sempre ao destino.

Na utililização para comunicações entre capacetes, o que permite ir à conversa com o pendura, o emparelhamento é fácil, com a condição de ambos os aparelhos serem da mesma geração, sendo perceptível algum ruído de fundo constante mas que não incomoda, devido ao ruído geral. Neste tipo de uso, aconselha-se a que avalie bem o pendura e a duração do trajecto pois a conversinha pode ir de uns momentos bem passados e divertidos até ao pesadelo de uma discussão conjugal!

O hardware que equipa o capacete é fabricado pela Stilo e é a velhinha versão 1.2, sendo as versões mais modernas equipadas com outras funções, incluindo a comunicação entre motas até aproximadamente 400 metros, uma distância que vem sendo alargada. A bateria está dentro do capacete e a carga é bastante duradoura.

Se é adepto, este é o sistema de comunicações mais prático, não envolvendo fios. Pessoalmente, uso-o cada vez mais raramente e, quando se trata de trajectos curtos e preciso do GPS, limito-me a enfiar o auricular do PPC na orelha e ponho o capacete por cima, um uso muito incómodo se o trajecto for longo.

Um último conselho: NUNCA compre capacetes de gerações diferentes, ou versões bluetooth diferentes se quiser ter conversação entre capacetes. É que não emparelham. E assegure-se sempre que o equipamento é todo compatível, começando pelo telemóvel e GPS.

Eis o último modelo, ao preço de 500€: